terça-feira, 7 de setembro de 2010

Votar ou não votar? Eis a questão!



Votar ou não votar? Eis a questão!
Como estamos em pleno período eleitoral aqui no Brasil, uma pergunta volta à tona: "Até onde um Adventista deve [e pode] se envolver na disputa política?".

Frequentemente recebo perguntas de irmãos sobre esta questão. Alguns advogam que não há problema em que um Adventista se candidate, ou que os membros tomem parte ativa na campanha partidária; já, outros, acreditam que nenhum envolvimento com a campanha eleitoral, seja como candidato, cabo eleitoral, militante partidário, ou mesmo como eleitor, deva fazer parte de nossa vida. E agora? Que caminho tomar? O que a Bíblia e o Espírito de Profecia falam sobre este tema?

Base Teológica

O Dr. Timm escreveu há algum tempo um artigo sobre esta questão, com o título de "Os Adventistas e a Política". Neste estudo, nosso eminente teólogo brasileiro faz uma análise sobre a participação de personagens políticos na vida do povo de Deus, especialmente nos tempos do AT. Em seguida, o Pr. Timm reflete sobre as peculiaridades do estilo de vida e da teologia Adventista, e como devemos harmonizar isso com a questão da Política.

Temos também à disposição, outro excelente artigo do Dr. Bert Beach, então diretor de relações inter-denominacionais da Associação Geral dos Adventistas, cujo título é "O Cristão e a Política".

Espírito de Profecia

Nas vezes em que Ellen White escreveu algo sobre o tema da Política, ela pareceu desaconselhar a participação dos Adventistas com esta temática.

“O princípio da política é daqueles que levarão, com certeza, a dificuldades. Aquele que considera o favor dos homens mais desejável que o de Deus, cairá na tentação de sacrificar o princípio pelo ganho e consideração do mundo. Assim se sacrifica de contínuo a fidelidade a Deus. A verdade, a verdade de Deus, deve ser nutrida na alma e mantida na força do Céu, do contrário o poder de Satanás vo-la arrebatará” – CPPE, pág. 485-6.

“A festa [na casa de Mateus] foi oferecida em honra de Jesus, e Este não hesitou em aceitar a gentileza. Bem sabia que isso daria motivo de escândalo ao partido dos fariseus, comprometendo-O também aos olhos do povo. Nenhuma questão de política, entretanto, podia influenciar-Lhe os movimentos. Para Ele, as distinções exteriores não tinham nenhum valor. O que Lhe falava ao coração era a sede da alma pela água da vida” – ODTN, pág. 274.

“A corrupção política está destruindo o amor à justiça e a consideração para com a verdade; e mesmo na livre América do Norte, governantes e legisladores, a fim de conseguir o favor do público, cederão ao pedido popular de uma lei que imponha a observância do domingo” – Ev. Finais, pág. 129.

“O Senhor deseja que todos os portadores da mensagem para estes últimos dias compreendam que há grande diferença entre os que professam a religião, mas não são praticantes da Palavra, e os filhos de Deus, que são santificados pela verdade e têm aquela fé que atua pelo amor e purifica a alma. O Senhor refere-Se aos que pretendem crer na verdade para este tempo, os quais não discernem, porém, qualquer incoerência em tomarem parte na política, misturando-se com as pessoas violentas destes últimos dias, como os circuncisos que se misturam com os incircuncisos, e declara que destruirá ambas as classes juntamente, sem distinção. Estão fazendo uma obra que não lhes mandou fazer. Desonram a Deus por seu espírito faccioso e por suas contendas, e Ele condenará de igual maneira a ambas as classes” – Fund. Educação Cristã, pág. 482.

“Irmãos, não vos lembrais de que a nenhum de vós foi imposta pelo Senhor qualquer responsabilidade de publicar suas preferências políticas em nossas publicações, ou de sobre elas falar na congregação, quando o povo se reúne para ouvir a Palavra do Senhor. Não devemos, como um povo, envolver-nos em questões políticas. Todos fariam bem em dar ouvidos à Palavra de Deus: Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos em luta política, nem vos vinculeis a eles em suas ligações. Não há terreno seguro em que possam estar e trabalhar juntos. O fiel e o infiel não têm terreno neutro em que possam encontrar-se.
Aquele que transgride um dos preceitos dos mandamentos de Deus é transgressor de toda a lei. Mantende secreto o vosso voto. Não acheis ser vosso dever insistir com todo o mundo para fazer como fazeis” – Mens. Escolhidas, vol. 2, pág. 336-337.

“O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloqüência. Cristo convida Seus seguidores a chegarem à unidade nos puros princípios evangélicos que são positivamente revelados na Palavra de Deus. Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político. Não podemos trabalhar para agradar a homens que irão empregar sua influência para reprimir a liberdade religiosa, e pôr em execução medidas opressivas para levar ou compelir seus semelhantes a observar o domingo como sábado. O primeiro dia da semana não é um dia para ser reverenciado. É um falso sábado, e os membros da família do Senhor não podem ter parte com os homens que o exaltam, e violam a lei de Deus, pisando Seu sábado. O povo de Deus não deve votar para colocar tais homens em cargos oficiais; pois assim fazendo, são participantes nos pecados que eles cometem enquanto investidos desses cargos” – Fund. Educação Cristã, pág. 475.

Porém, em outros momentos, ela parece encorajar o envolvimento de jovens em atividades políticas.

“Querida juventude, qual é o alvo e propósito de vossa vida? Tendes a ambição de educar-vos para poderdes ter nome e posição no mundo? Tendes pensamentos que não ousais exprimir, de poderdes um dia alcançar as alturas da grandeza intelectual; de poderdes assentar-vos em conselhos deliberativos e legislativos, cooperando na elaboração de leis para a nação? Nada há de errado nessas aspirações. Podeis, cada um de vós, estabelecer um alvo. Não vos deveis contentar com realizações mesquinhas. Aspirai à altura, e não vos poupeis trabalhos para alcançá-la” – Fund. Educação Cristã, pág. 82.

“O propósito de Deus para com os filhos que crescem em nossos lares, é mais amplo, mais profundo, mais elevado, do que o tem compreendido a nossa visão restrita. Aqueles em quem Ele viu fidelidade, têm sido, no passado, chamados dentre as mais humildes posições na vida, a fim de testificarem dEle nos mais elevados lugares do mundo. E muitos jovens de hoje, que crescem como Daniel no seu lar judaico, estudando a Palavra e as obras de Deus, e aprendendo as lições do serviço fiel, ainda se levantarão nas assembléias legislativas, nas cortes de justiça, ou nos palácios reais, como testemunhas do Rei dos reis. Multidões serão chamadas para um ministério mais amplo” – Educação, pág. 262.

A Questão Crucial

Pelo que podemos entender, a grande crítica de Ellen White não era contra a Política, em si, mas contra as corrupções envolvendo as "politicagens" dos partidos. E aqui é onde encontramos também um forte argumento contra aqueles que usam exemplos bíblicos como Daniel, Neemias, etc., para defender a aprovação de Deus sobre a participação de Seus filhos na Política.

Nem Daniel, nem Neemias, ou qualquer outro "político" da Bíblia (se é que podemos chamá-los assim, uma vez que esta palavra assume uma expressão bem diferente em nossa cultura sul-americana, especialmente) foram militantes de partidos políticos. Eles estavam a serviço de Deus, diretamente, e não estavam presos à "fidelidade partidária" a qual os políticos de nossa época estão vinculados.

Daniel, por exemplo, vivia conforme sua fé, mesmo que ela se opusesse aos interesses dos poderosos de seu tempo. Os políticos de hoje, muitas vezes, precisam "engolir" suas ideologias pessoais para seguirem a "determinação do partido". A única alternativa que têm é SAIR e TROCAR DE PARTIDO, como aconteceu algumas vezes na História recente de nosso país. Mas como a legislação brasileira não concebe, atualmente, um político "sem partido", mais cedo ou mais tarde, os interesses partidários serão novamente confrontados com os ditames da consciência individual dos seus integrantes. E qual prevalecerá?

Os noticiários estão cheios de exemplos de como a corrupção na política é algo quase que "entranhado" na vida social do nosso país. Exemplos recentes:

1. Candidatos que são ferrenhos inimigos em uma campanha, mas por conveniência$ ideológica$ se tornam "amigos do peito" na campanha seguinte;
2. Partidos de oposição que se bandeiam para a situação, após a promessa de cargo$ e "agrado$";
3. Partidos que, quando estavam na oposição, assumiam uma postura diametralmente oposta àquela que praticam quando conseguiram chegar ao poder;
4. Partidos que, mesmo inimigos "mortais", se unem quando o objetivo é legislar em causa própria, aumentando o salário de seus parlamentares, por exemplo;
5. Políticos que trocam de partido como quem troca de roupa, sempre em busca de ganho$ pe$$oai$;
6. Candidatos que são financiados por grandes grupos empresarias, sindicais, políticos, etc., e que usam seus mandatos apenas para benefício de tais grupos, em detrimento do sofrimento e da miséria daqueles que os colocaram no poder.

E então? Votar ou não votar?

Algumas considerações podem ser tiradas, como resultado das reflexões apresentadas acima:

1. Devemos evitar qualquer contenda que envolva política, durante os serviços religiosos de nossa Igreja. Quando nos reunimos para adorar a Deus, nada deve desviar o pensamento desse objetivo primário. Portanto, nada de distribuir "santinhos" ou ficar discutindo preferência político-partidária nos horários de culto.
2. Os membros são livres para se candidatarem e/ou votarem em candidatos, mas devem fazer isso com total consciência de que temos "dupla cidadania": uma celestial e outra terrena, e apenas a celestial vai prevalecer depois que tudo acabar. Para um Adventista sincero, os fins não justificam os meios, ao contrário do que Maquiavel defendia em seu livro sobre Política.
3. Na escolha de um candidato, deve-se dar grande importância à sua qualificação de caráter, e não a qual partido ou ideologia político-partidária ele defende. Este candidato deve ser alguém temperante, cristão, honesto, sincero, comprometido com a liberdade religiosa, e um amigo dos Adventistas do 7º Dia.
4. Se tiver de escolher entre um não-Adventista e um Adventista, escolha o Adventista, se você o conhece e sabe que ele poderá ser um instrumento de Deus (um Daniel?) nas atividades políticas de sua comunidade.

Acima de tudo, não faça da política um motivo de brigas com seu irmão, pois isto põe por terra tudo de "bom" que você esteja pretendendo com a sua atividade política. Talvez muitos dos políticos que são idolatrados durante o período da campanha eleitoral, ou mesmo depois dela, não estarão no Céu. Mas teu irmão estará! Por isso, não prejudique sua amizade com um irmão na fé por causa de disputa política...

"Temo, pois, que, indo ter convosco, não vos encontre na forma em que vos quero, e que também vós me acheis diferente do que esperáveis, e que haja entre vós contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos" - 2Cor. 12:20.

"De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?" - Tiago 4:1.

"Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo" - 1Cor. 1:10-12.

"Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens?" - 1Cor. 3:3-4.
Por: Gilson Medeiros

sábado, 3 de outubro de 2009

Mensagem do Grande Conflito alcança pastor da Universal

O maranhense Hilton Robson Oliveira Bastos, 33 anos (na foto com sua esposa), foi pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), e tornou-se depois membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). Ele concedeu esta entrevista por email ao Minuto Profético, onde descreve essa mudança de vida.

Como foi sua experiência religiosa antes de tornar-se adventista do sétimo dia?

Tornei-me evangélico aos 15 anos de idade, em setembro de 1989. Batizei-me na Igreja Universal em dezembro do mesmo ano. Em janeiro de 1990 eu já era obreiro da Igreja Universal no Bairro do João Paulo, em São Luís-MA. Destaquei-me como obreiro no primeiro ano de serviço e fui convidado pelo pastor da igreja do João Paulo, que era a segunda maior Igreja Universal em São Luís, para dirigir algumas reuniões, como assim eram chamados os cultos na IURD. Aceitei o convite e comecei os trabalhos aos sábados pela manhã. A cada reunião realizada eu me destacava nas ofertas que eram recolhidas, então resolveram me dar mais reuniões na segunda-feira pela manhã.

Foi rápido enquanto me destaquei e logo recebi o chamado do pastor líder no Maranhão para receber orientações para assumir o ministério. Como tinha apenas 17 anos resolvi terminar os estudos para depois aceitar o ministério definitivo. Os pastores da Universal não precisam cursar teologia, apenas têm que mostrar vocação para o ministério. Eles recebem um treinamento básico e estão prontos.

Aos 18 anos aceitei o convite e após seis meses de preparação fui enviado para o município de Santa Rita-MA, onde assumi a pequena igreja desta localidade em 1993. Demorou apenas 2 (dois) meses para os líderes verem em mim algo diferenciado. Eu tinha uma grande facilidade de desenvolver campanhas (como eram chamados os eventos para arrecadar ofertas) e logo eu fiz crescer as ofertas da pequena igreja de Santa Rita.

Em 1994 a Igreja Universal fez uma mudança na forma de administração no Maranhão. Foram criadas 5 (cinco) regiões. As cinco maiores Igrejas foram elevadas a Sede Regional e seus pastores se tornaram pastores regionais. Eles estavam precisando de cinco bons pastores para assumir as cinco maiores igrejas do estado. Eu fui escolhido para dirigir a Igreja do João Paulo. Fui apresentado pelo pastor regional aos obreiros e aos membros como o novo pastor da Igreja, tinha apenas 19 anos.

A minha habilidade de convencer pessoas para doarem suas ofertas através de campanhas junto com atos de exorcismo e milagres que eu praticava nas reuniões chamaram atenção não só dos membros da igreja, mas também de outros pastores, o que levou um deles a me fazer uma proposta de organizar uma igreja independente, o que nos daria muito destaque e dinheiro. Eu recusei prontamente, pois achava isso uma forma de usar "meus dons" para enriquecer-me.

Como conheceu a pregação da IASD? Que fator foi determinante para você se tornar membro da IASD?

Um dia pela manhã eu estava dirigindo uma reunião na Igreja do João Paulo e entrou um homem que se identificou como adventista do sétimo dia e me chamou de muitos nomes horríveis. Lembro-me que havia quase duzentas pessoas presentes. Eu não respondi nada para ele, apenas solicitei que os obreiros o retirassem da igreja. Mas ele ficou esperando os membros saírem e entregou a eles alguns folhetos falando sobre o sábado.

Eu não entendia nada sobre estes assuntos então resolvi estudá-los para poder refutá-los. Fui então à procura de pastores mais experientes, mas infelizmente eles não puderam me dizer muita coisa. Resolvi estudar por mim mesmo e peguei alguns materiais de diversos escritores evangélicos e preparei uma refutação para auxiliar os membros da igreja que me procurassem. Tornei-me um grande opositor da Igreja Adventista. Conhecia todos os versos e textos bíblicos para combatê-los.

Depois de um ano sendo pastor e com grande perspectiva de crescer no ministério, eu desisti, simplesmente desisti, não sei dizer o que me levou a tomar essa decisão. Apenas desisti de tudo. Peguei minhas malas, preparei os obreiros da igreja e fui embora para minha terra natal, a cidade de Anajatuba-MA.

Após uma semana o pastor regional conseguiu, através de um telegrama, entrar em contato comigo solicitando que justificasse minha saída. Eu não dei resposta. Não sei como, mas ele conseguiu o número do telefone onde poderia me achar e ligou para mim, dizendo que achava incrível a minha decisão, já que não havia tocado nas ofertas, pois havia deixado tudo com os obreiros depois de prestar contas com eles para os mesmos o repassarem (pois muitos pastores haviam feito o que eu fiz, mas levaram junto com eles as ofertas). Ele queria apenas saber o motivo. Como não pude dar um motivo para ele, pois eu mesmo não tinha, ele me enviou um convite do pastor líder no Maranhão para assumir a maior igreja da cidade de Imperatriz-MA, que é a segunda maior cidade do estado, ofereceu aumento de salário e um monte de vantagens, eu simplesmente recusei, na época não sabia o que estava acontecendo comigo, mas hoje sei que Deus tinha um plano em tudo em minha vida.

Comecei a freqüentar a Igreja Assembléia de Deus na cidade de Anajatuba, mas as formas dos cultos não me agradaram, então comecei a beber, ir a festas e assumir o mundo e suas concupiscências. Passei pouco mais de um ano nessa vida.

Um amigo de infância que faço questão de citar o nome (José Pereira Filho) me convidou para assistir uma conferência na Igreja Adventista a qual ele fazia parte, eu prometi a ele que iria, e fui. Quando cheguei à igreja e vi a maneira dos cultos fiquei incomodado pela frieza das pessoas. Cantavam sem graça, não havia danças, as músicas eram um pouco sem graça para mim, não havia o "fogo" como eu era acostumado na IURD. A pregação feita pelo evangelista não me convenceu. "Refutei" tudo que ele havia ensinado, até levei duas amigas que estavam no culto a desacreditar da mensagem. Fiquei depois mantendo contato com alguns jovens da igreja adventista.

As duas amigas minhas que eu havia feito desacreditar da mensagem pregada pelo evangelista resolveram se batizar e eu encontrei-me com elas, e fiz de tudo para que desistissem, apresentando textos que, segundo minha visão, "refutavam" as mensagens que elas haviam ouvido. Isso pesou em minha consciência. Deus me deu uma lição nesse dia, então voltei onde elas estavam e aconselhei que se batizassem, mas eu jamais iria tomar essa decisão, disse. As duas, então, se batizaram.

Através da amizade que mantive com os jovens adventistas, ganhei um livro chamado "O Grande Conflito". Quando falo sobre isso meus olhos derramam lágrimas, pois como pude ser tão cego! Comecei a ler por curiosidade e a cada página que eu lia meus olhos eram abertos. Interessei-me tanto por este livro que dentro de poucos dias o terminei. Deus foi tão maravilhoso que consegui através deste livro entender já na primeira vez que li, todo o livro de Daniel. Fiquei maravilhado com a profecia das "2.300 tardes e manhãs".

Restava agora eu saber quem era o autor do livro. Procurei os jovens que haviam me dado o livro, e perguntei-lhes sobre Ellen White, mas não puderam me explicar muita coisa. As informações que eu tinha sobre ela apenas da Igreja Universal puderam ser esclarecidas quando li o livro "Vida e Ensinos" que foi me dado pelo ancião da Igreja, o irmão Durcival Ferreira Sampaio.

Agora restavam para esclarecer os textos que usava para combater os adventistas. Fui ao SELS (loja que vende os produtos da Casa Publicadora Brasileira) na Missão Maranhense para conseguir um livro que pudesse esclarecer as dúvidas que ainda restavam. Encontrei um livro chamado "Consultoria Doutrinária", que foi o suficiente. Só meu Senhor Jesus Cristo sabe o quanto eu sou grato a Ele por tudo que realizou na minha. Sou apenas um humilde servo. Não sou nada, nada, nada, nada sem este Deus maravilhoso! Tudo que tenho. Tudo que sou. Entreguei a este Mestre Maravilhoso. Sinto-O agir em minha vida. Quando dou algum passo errado sinto meu coração arder. Sei que Cristo está nesta Igreja (IASD). Sei que ele a tem em suas mãos. Tenho absoluta certeza disto.

Olhando para trás, como você analisa agora a IURD?

Vejo que tem muitas pessoas sinceras lá dentro. Convivi com pastores, obreiros e membros que realmente tinham o desejo de agradar a Deus.

Quero aqui deixar claro que nunca paguei ninguém para fingir ser curado ou estar possuído, embora isso fosse constante em minhas reuniões na IURD, e isso foi um dos motivos principais do meu crescimento tão rápido no ministério. No meu blog Resta Uma Esperança tem uma postagem sobre o tema utilizado atualmente pela Rede Record para promover o site "Eu Creio em Milagres". O texto explica de forma bíblica os milagres que acontecem na IURD e em diversas outras igrejas evangélicas. O título da postagem é "Você Acredita em Deus? Então você acredita em milagres".

Já recebi convites para realizar evangelismos em diversos lugares e sempre pessoas que eram evangélicas têm aceitado a mensagem bíblica que o Espírito Santo tem pregado.

As igrejas evangélicas em geral são compostas em sua maioria por pessoas sinceras. Precisamos pregar a Verdade de forma clara, com Amor, com a Força e o Poder do Espírito Santo para levá-los aos pés Cristo.

Eles precisam ser ensinados na verdadeira doutrina bíblica com Amor, sempre destaco isto. Não podemos atacá-los como fizeram comigo, isso quase me fez repulsar para sempre a Igreja Adventista e sua mensagem, mas Deus tinha outros planos. Vejo a IURD como qualquer outra igreja evangélica que tem membros que precisam conhecer o que eu conheci - a Verdade. A Verdade que liberta verdadeiramente. Não uma verdade misturada com erro, mas a Verdade pura e simples ensinada na Bíblia. A Verdade pela qual o Espírito Santo veio para guiar os filhos de Deus (Jo 16:13).

Quero aqui fazer um pedido para cada irmão nosso. Pese muito bem suas palavras antes de pronunciá-las, porque também seremos julgados por cada uma delas. Devemos ter muito cuidado, pois alguns podem se sentir ofendidos e trancarem para sempre o coração para a Verdade.

Gostaria de deixar uma mensagem para aqueles que são evangélicos pentecostais?

Sim. Quando cheguei à Igreja Adventista sentir-me um peixe fora da água. Não era o ambiente que estava acostumado a freqüentar, não havia danças, não havia barulho, não havia nada que pudesse me chamar atenção. Mas havia algo que nunca havia presenciado - "Paz". Pude perceber que os adventistas não eram como muitos evangélicos fazem acreditar. Pude encontrar verdadeiros amigos. Pude também perceber uma imensa vontade de fazer o certo, de buscar a Verdade. Algo que eu nunca havia me preocupado.

Pude ver que eles não buscavam a salvação pelas obras da lei, como muitos dizem e como eu mesmo ensinava. Eles buscavam a salvação pela Graça obtida pela cruz do Calvário, onde Cristo havia doado sua vida por cada um de nós. Isso me deixou maravilhado. Pude ver em suas pregações um amor profundo por Cristo e desejo pela sua volta. Percebi que eles pregavam sobre o Espírito Santo, ensinavam sobre Ele. Algo que eu me surpreendi, pois havia sido ensinado que eles nem sequer acreditavam no Espírito Santo.

Pude perceber também que o sábado não era como os fariseus ensinavam, mas sim como o próprio Cristo ensinou. Aprendi que o próprio Cristo, Paulo e muitos outros haviam guardado o sábado (Lc 4:16, 23:54-56; At 16:13, 17:2, 18:1-4). Percebi que as passagens utilizadas por mim para combatê-los não tinham sentido quando lia o contexto da história.

Entendi que Ellen White não era como muitos dizem. Percebi em seus escritos um profundo amor por Cristo e respeito pela Sua Palavra. Pude entender através de seus escritos o tamanho e imensidão do Amor de Cristo ao ponto de se importar com homem como eu, sujo, imundo, um miserável pecador. Tive convicção que realmente algo Superior a havia inspirado. Entendi a verdadeira condição do homem na morte. A idéia de um inferno queimando eternamente me assustava. Percebi o Amor de Deus até mesmo na purificação do planeta e na criação de Novo Céu e uma Nova Terra nos quais habita a justiça. (2Pe 3:13).

Entendi que a restrição de alimentos era para termos saúde. Que o nosso Criador havia ensinado princípios saudáveis para Seu povo porque ele sabia, como Criador, o que era melhor para nós. Eu poderia continuar escrevendo por horas para descrever tudo aquilo que aprendi, porém, amigo, gostaria de apenas lhe fazer um apelo: Não nos julgue pelo que os outros dizem sobre nós adventistas. Venha nos conhecer. Conhecer o que ensinamos. Você ficará maravilhado, como eu fiquei.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A teologia da prosperidade realmente não traz felicidade – Parte 3

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http://www.novotempo.org.br/namiradaverdade/wp-content/themes/namiradaverdade/images/PostDateIcon.png agosto 19th, 2009 | http://www.novotempo.org.br/namiradaverdade/wp-content/themes/namiradaverdade/images/PostAuthorIcon.png Author: leandro.quadros

O terceiro texto bíblico que vai contra o ensino de que o cristão deve buscar primeiramente ser próspero em tudo é Mateus 6:33: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

Jesus não diz para buscarmos em primeiro lugar o dinheiro. Ele ensina que nossa principal busca deve ser o Céu. A Salvação eterna precisa estar em primeiro lugar na nossa lista de prioridades. Se fizermos isso, as demais coisas que precisamos nos serão acrescentadas.

O quarto texto bíblico que entra em choque com a “teologia capitalista” (outro apelido que tive de criar…) é Mateus 6:19-21: “não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.

Jesus diz que não devemos acumular tesouros nesse mundo, pois, eles não duram para sempre. O Salvador quer que acumulemos riquezas no Céu, ou seja: quer nos ensinar que, mesmo Deus nos abençoando e tornando-nos prósperos, nosso maior investimento deve ser o preparo para a vida eterna. Do contrário, iremos nos perder eternamente.

Sabe por que Jesus quer que você e eu priorizemos a Salvação, a fim de nos tornarmos livres da morte eterna (Romanos 6:23)? A resposta está no verso 21 de Mateus 6: “porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. Se nossas maiores esperanças estão nessa vida, seremos os mais infelizes entre os seres humanos, como diz o apóstolo, ao falar sobre a doutrina da ressurreição (ver 1 Coríntios 15:19). O vazio existencial nunca será preenchido porque há um lugar em nosso coração que só Deus pode preencher.

Qual o problema em ser rico?

Nenhum. Vemos em 1ª Timóteo 6:17 que havia pessoas ricas e prósperas na igreja cristã. Só que elas repartiam o que tinham com os necessitados (leia Atos 2:42-47). O problema não está em ser rico e muito menos em querer crescer na vida. A tragédia espiritual começa quando colocamos o coração nas riquezas e só as temos para nós. Isto é o que diz Paulo em 1ª Timóteo 6:17-19:

“Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida”.

O que quero lhe mostrar é a distorção do caráter de Deus feita por aqueles que pregam o amor a esse mundo, pois o Criador é apresentado por eles como um agiota, que empresta dinheiro para ganhar com juros. Mostram um Deus que tem mais interesse em possuir os recursos financeiros que Ele deu aos filhos dEle do que salvá-los do pecado. O Senhor revelado nas Escrituras não faz barganhas do tipo:“Filho: lhe abençoo se me der todo o seu dinheiro…”

Além de desvirtuar o caráter de Deus, os pregadores da prosperidade desviam a atenção das pessoas do grande conflito entre o bem e o mal (Apocalipse 12:7-12). Os cristãos dedicam mais tempo em adquirir bens do que em se preparar para enfrentar aos ataques do inimigo de Deus, Satanás (1 Pedro 5:8; Efésios 6:10-18).

Querido (a) amigo (a): onde está seu coração? Em quem deposita suas esperanças: em Deus ou no dinheiro – num papel?

Que ao mesmo tempo em que você e eu trabalhamos e estudamos para termos uma vida digna, não nos esqueçamos de que nossos olhos devem estar voltados para Jesus e atentos para o que escreveu Paulo em 1ª Timóteo 6:10:

“Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”.

Meu desejo final é que os teólogos da prosperidade tremam – como manifestação de arrependimento e respeito a Deus – ao lerem as palavras inspiradas de 2 Coríntios 2:17:

“Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus” (Nova Versão Internacional – NVI).

Um abraço a todos,

Leandro Quadros
Jornalista – consultor bíblico

Leia também em: http://www.outraleitura.com.br/web/artigo.php?artigo=205:A_heresia_da_teologia_da_prosperidade

A teologia da prosperidade não traz felicidade – Parte 2

agosto 19th, 2009 | http://www.novotempo.org.br/namiradaverdade/wp-content/themes/namiradaverdade/images/PostAuthorIcon.png Author: leandro.quadros

Outro aspecto de Malaquias 3:10 que precisa ser destacado é que o texto não está ensinando que Deus é obrigado a nos abençoar ou que nosso ato de dizimar e ofertar irá forçá-Lo a tornar próspero alguém que desobedece aos demais mandamentos (lembre-se do contexto de Malaquias 3:10: o ato de não dizimar e ofertar era um dos problemas). Deus é Quem sabe o momento certo de dar uma bênção aos Seus filhos; por isso, não se pode pensar que Ele nos dará tudo o que pedimos no momento que queremos.

Um pai não vai dar as chaves do carro para o filhinho de cinco anos porque sabe que a criança ainda não está preparada para desfrutar da alegria de dirigir. Ele tem consciência de que o filho precisa estar preparado para receber esse “presente”. O mesmo ocorre em relação a Deus. O Senhor vê o futuro e sabe até mesmo se você e eu temos estrutura emocional e espiritual suficientes para sermos abençoados. Se Deus ver que hoje o dinheiro pode desviar-nos dEle, com certeza escolherá outro momento para melhorar nossa renda.

[Ao lermos em Mateus 7:7-11 sobre as dicas de Jesus para orarmos, não devemos nos esquecer de seguir o exemplo do Salvador ao final de cada prece: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia,não seja como eu quero, e sim como tu queres.” - Mateus 26:39. Não temos o direito de “determinar” o que Deus fará]

Há quem possa argumentar: “Mas, Malaquias 3:10 não está ensinando claramente que a as bênçãos são consequências da devolução dos dízimos e das ofertas?”

Realmente, o dizimar e o ofertar fazem parte de um mesmomandamento bíblico. Ser dizimista é reconhecer que Deus é dono de tudo o que temos (Salmo 24:1) e que estamos administrando corretamente os bens dEle. As ofertas são demonstrações de nossa gratidão para com Ele por tudo aquilo que fez, faz e fará por nós. Mas, o detalhe é que as bênçãos prometidas em Malaquias 3:10 não são apenas materiais! São espirituais também. Quando dizimamos e ofertamos, devemos estar cientes de que Deus irá escolher o tipo de bênção que vamos receber: seja ela financeira, espiritual, amorosa, familiar, profissional…

Reconsiderando o questionamento acima, é importante contextualizarmos o texto bíblico para sabermos que antes do povo de Israel dizimar para ser abençoado, Deus já os havia abençoado ao tirá-los do Egito! Os Israelitas foram libertos da escravidão no Egito para depois demonstrarem a fidelidade a Deus por meio do sistema sagrado (dízimos e ofertas) estabelecido também com o propósito de tirar o egoísmo do coração humano. Acompanhe o raciocínio bíblico, de acordo com Malaquias 3:10 e leve em conta a história do povo de Deus no passado. Em seguida, aplique o princípio em sua vida:

Primeiro: Deus liberta o crente do pecado;

Segundo: O crente dizima em gratidão e reconhecimento de que Deus é o Criador e dono de tudo (Salmo 24:1);

Terceiro: Deus abençoa materialmente ou espiritualmente ainda mais. O Criador pode inclusive abençoar em todas as áreas da vida se Ele ver que a pessoa está preparada para tal.

Agora, perceba que a sequência “lógica” da teologia da prosperidade ébem diferente. Para eles:

• Primeiro eu dizimo;
• Depois, sou abençoado.

Devemos aceitar a primeira seqüência por ela ser apoiada pela Bíblia.

A abordagem dos teólogos da prosperidade é uma afronta à doutrina bíblica de que as bênçãos de Deus – inclusive a Salvação (a bênção mais importante!) vêm pela graça e não pelas obras (Efésios 2:8, 9; Gálatas 2:21). Não há dúvidas que a forma como o dízimo é apresentado pelo bispo Edir Macedo e pelo missionário R.R. Soares se constituem em salvação pelas obras! (E há quem ainda teime em dizer que os Adventistas é que são legalistas…)

Alguns dos muitos textos bíblicos que desaprovam a teologia da prosperidade

O primeiro é Romanos 1:16: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”. A palavra “evangelho” significa “boas notícias”. A Bíblia nos dá a boa notícia de que podemos ser salvos pela fé na morte e ressurreição de Cristo. De acordo com Romanos 1:16, o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nEle crê. Portanto, o evangelho não é um produto comercial que pode vender a salvação a certos custos financeiros. Repito: a salvação é de graça (Romanos 11:5, 6).

O segundo texto bíblico é Mateus 8:20: “Mas Jesus lhe respondeu: as raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”.
Em certa ocasião, Jesus disse a uma pessoa desejosa de segui-Lo que
Ele não tinha onde reclinar a cabeça. Eu me pergunto: o que os pregadores da prosperidade iriam dizer a Jesus hoje se Ele estivesse em nosso mundo sem um carro do ano ou um apartamento com vistas para o mar? Chegariam ao cúmulo de afirmar que Cristo não tinha a bênção de Deus ou até mesmo negar ser Ele o Messias, como fizeram os fariseus que acreditavam que o Salvador nasceria “em berço de ouro” e não numa manjedoura? São perguntas para refletirmos.

A teologia da prosperidade é uma continuação e uma roupagem moderna do farisaísmo. Os fariseus (líderes religiosos judeus) acreditavam que os favorecidos pelo Eterno sempre tinham posses materiais e saúde. Já os amaldiçoados por Deus eram pobres e doentes (leia João 9:1, 2 e perceba como tal conceito fazia parte da mentalidade judaica daqueles dias). Para tirar tal crença absurda da mente das pessoas da época, Jesus contou a parábola do rico e Lázaro registrada em Lucas 16:19-31 (outra lição ensinada – a principal – está no final da história fictícia). No relato parabólico de Lucas 16, Cristo inverteu os papéis: colocou o rico num suposto lugar de tormento e, o mendigo, num suposto Céu. Tal parábola precisa ser lida, relida e compreendida corretamente pelos teólogos da prosperidade com urgência! Deus quer salvá-los.

A teologia da prosperidade não traz felicidade – Parte 1

agosto 19th, 2009 | http://www.novotempo.org.br/namiradaverdade/wp-content/themes/namiradaverdade/images/PostAuthorIcon.png Author: leandro.quadros

Até mesmo minha sobrinha com quase quatro anos consegue perceber que a “guerra” entre as TVs Globo e Record é pela audiência e por objetivos puramente comerciais. Cada canal conta com colegas jornalistas – bem capacitados – para assessorar as partes envolvidas a fim de que os efeitos ruins sobre a “empresa” sejam amenizados. Os jornalistas dos dois maiores canais de TV do País são “habilidosos” também na coleta de “dados” que desmereçam o rival diante do público. Com tal atitude todos perdem. Sendo a função do jornalismo especializado democratizar o saber, como os comunicadores esperam contribuir (degladiando-se) para formar uma sociedade científica, inclusive capaz de escolher melhor os representantes nas diversas áreas do governo?

Neste breve estudo não irei atacar pessoa alguma e muito menos os canais de TV envolvidos na “luta” antiética pela audiência (e não em educar a população); pretendo sim abordar a heresia ensinada pelos teólogos da prosperidade. Primeiro porque acredito no amor de Deus por todos a ponto de perdoá-los e os ajudar a abandonar o erro. Basta querer (nesse caso, os teólogos da prosperidade). Segundo: o erro precisa ser combatido para que milhões de pessoas não sejam enganadas OU parem de se deixar enganar com um ensinamento totalmente errado a respeito do dízimo.

Farinha do mesmo pote

A Teologia da Prosperidade promete especialmente o sucesso financeiro (e em todos os aspectos da vida) aos que são seguidores de Jesus Cristo. Essa espécie de “religião capitalista” faz com que muitos líderes religiosos arrecadem significativas somas de dinheiro sem se preocupar em seguir a teologia bíblica do dízimo. Um desses pregadores garante aos seus telespectadores que, se eles forem “fiéis” em “dar o seu dinheiro a Deus”, poderão inclusive escolher as bênçãos que querem receber: um carro importado, uma casa na praia, um bom saldo na conta bancária…

Não é errado ter um carro, uma casa na praia e dinheiro. O problema surge quando tudo isso é colocado “em primeiro lugar” e não “o reino de Deus e sua justiça” (Mateus 6:33). Devemos viver bem neste mundo, mas, nossos pensamentos devem estar voltamos para “as coisas do alto” (Colossenses 3:1, 2), as celestiais.

Por causa do ensino da “prosperidade” – como é apresentado pelos pastores que seguem essa linha teológica – muitas pessoas desinformadas (ou maliciosas) e a mídia acabam julgando mal todas as igrejas protestantes sérias. Já ouvi dizerem: “todos os religiosos são farinha do mesmo saco”. Já que os teólogos da prosperidade distorcem o conceito do dízimo – pensam os menos esclarecidos – que “os pastores são todos iguais”.

Isso não deveria ser assim, ainda mais nessa era pós-moderna em que temos acesso com facilidade à boa (e má, infelizmente) informação. Antes de um agnóstico, ateu ou outra pessoa que não seja simpatizante da religião julgue o sistema de dízimos como “exploração do povo”, deveria conhecer o posicionamento bíblico e protestante sobre o assunto – que nada tem a ver com o que é ensinado pela igreja do bispo Macedo.

Uma compreensão errada de Malaquias 3:10

A ideia de que o salvo em Cristo deve obrigatoriamente “ter bastante dinheiro” é baseada no entendimento equivocado do verso a seguir:“trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida”. O princípio ensinado pela teologia da prosperidade é o seguinte: quando o cristão dizima ou dá ofertas, Deus fica – diríamos assim – na obrigação de abençoar o dizimista e ofertante.

Vamos entender corretamente o verso supracitado.

O conteúdo do livro de Malaquias nos mostra que maldições vinham sobre o povo de Israel não apenas por eles roubarem a Deus nos dízimos e nas ofertas, mas também porque eles se desviaram deoutros mandamentos de Deus. Isso é claro em Malaquias 3:7: “desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: em que havemos de tornar?”.Confira também Malaquias 1:6 até 3:5.

Sendo que o problema espiritual do povo era bem maior (envolvia outras áreas da vida e não só a financeira), é lógico que apenas restituir os dízimos e as ofertas não resolveria as coisas. Era preciso haver uma reforma total na vida e na conduta de todos os que diziam seguir a Deus. Deveriam abandonar o pecado e ser fiéis ao Senhor na observância de todos os demais mandamentos (inclusive do quarto, que ordena a santificação do Sábado – Êxodo 20:8-11).

Esse contexto de Malaquias 3:10 não é ensinado pelos teólogos da prosperidade. Eles não mostram às pessoas que, além de dizimar e ofertar, é preciso haver uma reforma na vida do crente.

Uma conversão verdadeira, que faz com que tenhamos prazer em seguir a Cristo independente do que temos ou deixamos de ter, não ocorre nos cultos de prosperidade (na grande maioria das vezes, pois, há pessoas sinceras em tais reuniões que buscam a Jesus de coração). A mente das pessoas é direcionada para o materialismo e não para o maior de todos os milagres: um coração transformado pela graça(João 3).http://www.novotempo.org.br/namiradaverdade/wp-content/themes/namiradaverdade/images/PostCategoryIcon.png

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Três erros comuns entre os cristãos

Segundo o teólogo e jornalista Azenilto Brito, há três grandes erros que a Reforma Protestante, por revolucionário que haja sido tal movimento e por importantes verdades bíblicas que tenha trazido a lume, falhou lamentavelmente em restaurar, três pontos de indiscutível importância:


1. A troca do sábado bíblico pelo domingo pagão (ou o seu subproduto do mais moderno e "user friendly" dianenhumismo / diaqualquerismo / tododiaísmo).

2. A crença na doutrina de origem pagã da imortalidade da alma e conseqüente tese do inferno eterno (em termos de tempo) para os réprobos.

3. A negligência quanto às leis dietéticas das Escrituras, entendendo-se erradamente que tenham cessado na cruz, o que não é verdade porque não têm o mínimo caráter prefigurativo, cerimonial.

Mas eu me comprometo solenemente a mudar inteiramente de posição se me superarem apenas cinco quesitos para cada um destes pontos:

A – Sobre a questão da lei e do sábado:

1. Se me provarem convincentemente que devo renunciar à observância do dia que Jesus declarou ter sido estabelecido "por causa do homem", não sendo absolutamente no sentido do "homem judaico", e sim do mesmo homem que deixa pai e mãe e une-se a sua mulher (a mesmo palavra original para homem, anthropós, consta de Mateus 19:5 e 6. Mas, casamento é coisa só para judeu?)

Obs.: Também gostaria que me explicassem se o sábado foi estabelecido para o BEM ou para o MAL do homem. Se foi para o bem, por que Deus restringiria tal benefício só para os filhos de Israel, quando Ele antes disse que o sábado se aplicaria também aos estrangeiros, já que o Seu propósito era, como diz em Isaías 56:2-7, tornar a Sua casa "casa de oração para todos os povos"?

2. Se me explicarem convincentemente por que devo desprezar a posição clássica, histórica, e ainda OFICIAL das Igrejas cristãs protestantes ao longo dos séculos que sempre ensinaram que os Dez Mandamentos TODOS prosseguem sendo a norma de conduta cristã.

Obs.: Também gostaria que me explicassem para que servem as Confissões de Fé, Credos, Catecismos e Declarações Doutrinárias das várias Igrejas, se os membros não as levam mais a sério, sendo ainda seus documentos confessionais oficiais (pelo menos no que ensinam sobre o tema da lei e do dia de repouso).

3. Se me demonstrarem convincentemente que devo, além de desprezar as posições históricas desses cristãos, acatar a visão semi-antinomista dispensacionalista, de ensinadores de fins do século 19 e princípio do século 20 que pregam uma confusa e caótica teologia de "lei abolida" e "dispensação da graça" que teria suplantado a supostamente obsoleta "dispensação da lei".

Obs.: Também gostaria que soubessem me superar o dilema que essa gente enfrenta de não saberem precisar como se salvavam os pecadores ao tempo do Antigo Testamento, porque se ainda não havia começado a prevalecer a "graça", teriam que admitir a aberração teológica de que eram salvos pela lei!

4. Se me justificarem por que devo manter a tradição de dedicar a Deus um dia de origem pagã, o dies solis — dia do sol — transformado no domingo pela tradição católica, que a Igreja Católica diz ter sido mudado por ela e que os protestantes lhe prestam uma homenagem semanal ao observarem ou terem suas principais reuniões de adoração em tal dia.

Obs.: Também gostaria que me explicassem por que, se condenam o culto às imagens promovido por tal Igreja, que para tanto alterou os termos da lei dos Dez Mandamentos eliminando o segundo deles, ocorre essa incoerência de aceitarem a outra alteração dos mesmos Dez Mandamentos — a mudança do sábado para o domingo.

5. Se igualmente me explicarem de forma convincente por que, sendo que na Nova Terra está profetizado que o mandamento do sábado continuará a ser observado eternamente pelos remidos (Is 66:22, 23) — já que é uma terra "em que habita justiça", sem mais pecado nem pecadores (2Pd 3:13) — por que não o faremos aqui também dentro do processo de santificação que nos prepara para a eterna morada ali?

Obs.: O que eu digo no ponto 5 de modo nenhum deve ser interpretado como busca de salvação pela guarda do sábado, pois a obediência aos mandamentos divinos, que Paulo claramente disse ser uma obrigação para os cristãos (ver 1Co 7:19), não entra no campo da justificação, e sim no da santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12:14).

B - Sobre a questão da natureza e destino humanos:

1. Se me provarem que Deus colocou uma alma imortal ao criar o homem (sendo que este nem precisaria disso pois a morte não foi prevista no plano original de Deus, e sim a vida física do homem, eternamente preservada no Paraíso físico).

Obs.: Também gostaria de saber como explicam a contradição entre a crença na imortalidade da alma e na ressurreição final dos mortos. Para quê ressurreição, se todos já estão desfrutando as glórias da vida no além túmulo?

2. Se me mostrarem descrições bíblicas claras (não em textos parabólicos ou simbólicos) de almas conscientes deixando o corpo na morte e partindo para o céu, inferno, purgatório ou qualquer outro "departamento do além" que a teologia popular criou.

Obs.: Também gostaria que me explicassem para que deve haver um juízo final, já que na morte salvos e perdidos seguem para seus respectivos destinos...

3. Se me citarem descrições bíblicas claras de almas ou espíritos voltando de algum lugar do além para reincorporarem quando da ressurreição final.

Obs.: Também gostaria que me explicassem por que há um toque de trombeta e o ouvir da voz de Arcanjo para despertar os mortos, sendo que essas almas suposta e certamente já viriam do céu com Jesus bem despertas...

4. Se me demonstrarem como os corpos dos ímpios que ressuscitam têm capacidade de serem eternamente refratários ao fogo, pois somente os remidos são descritos como tendo corpos incorruptíveis (Fp 3:20, 21; 1Co 15:53-55).

Obs.: Também gostaria que me explicassem que, sendo que Paulo, Pedro e Cristo falam claramente de "destruição" dos ímpios, como pode haver uma destruição que nunca se destrói, jamais se completa?

5. Se me indicarem para onde o lago de fogo parte após cumprir sua função de "segunda morte", já que queima SOBRE A SUPERFÍCIE DA TERRA (Ap 20:4ss) e não é dito em parte alguma que salte de sobre a Terra para prosseguir queimando eternamente noutro recanto do Universo, já que o contexto fala que há "novos céus, e uma nova terra... e o mar já não existe [nem o lago de fogo]" (Ap 21:1).

Obs.: Também gostaria que me explicassem que se o "fogo eterno" que destruiu Sodoma e Gomorra (Judas 7) não está mais queimando hoje, não se pode ver que a linguagem nesse caso é inteiramente hiperbólica?

C - Sobre a questão das regras dietéticas:

1. Se me explicarem por que Deus criou essas leis de limitações alimentares: Teria Ele simplesmente "cismado" com certos tipos de carne, sem qualquer motivo justo, e pronto?

Obs.: Também gostaria que me dissessem que, sendo que quando os animais se apresentaram para a arca, segundo Deus havia instruído a Noé, já estava definido os que seriam puros e impuros, não demonstra isso que essas leis não se limitavam a Israel, vindo desde os primeiros tempos da história (ver Gn 7:2)?

2. Se me demonstrarem em que aspectos as leis dietéticas teriam sido abolidas na cruz, já que não eram cerimoniais e em nada apontavam ao sacrifício expiatório de Cristo.

Obs.: Houve quem sugerisse que simbolizariam a separação entre judeus e gentios. Mas se assim for, estaria Deus incluindo em Sua lei um aspecto de algo que Ele, que "não faz acepção de pessoas", condena, além de que isso retiraria o enfoque de Cristo e Seu supremo sacrifício pelo homem pecador?

3. Se me explicarem como o sangue derramado de Cristo teria sido eficaz para purificar a carne de porco, rato, urubu, cobras e lagartos.

Obs.: Seria o caso de saber se o sangue de Cristo, além de purificar os pecados dos que O aceitam como Senhor e Salvador, também teria operado alguma mudança de composição estrutural de modo a torná-las adequadas ao consumo humano?

4. Se me esclarecerem como se pode usar como alimentação o que Deus disse ser "coisa abominável" (Dt 14:3), sendo que Paulo declarou que nosso corpo é o templo do Espírito Santo e que "quer comais, quer bebais ou façais qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus"!

Obs.: E a declaração paulina trata sem rodeios de "destruição" de quem destruir o templo de Deus, que é o nosso corpo (1Co 3:17).

5. Também se me explicarem como desconsideraremos o texto escatológico de Isaías 66:17 que diz que os que comem carne de porco e rato serão destruídos no dia final do acerto de contas com todas as nações e línguas.

Obs.: Há quem diga que isso seja só ligado a Israel, e não a todos os moradores da Terra, pois há menção a nações relacionadas à história e experiência de Israel como nação, mas essas nações são representativas de todas, assim como no Apocalipse fala de Egito, Babilônia, Gogue e Magogue como representando todas as nações da Terra.

 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Música e êxtase Pentecosrtal

Música e êxtase pentecostal

O uso da música como meio para chegar a um estado de êxtase e transe religioso vêm se tornando comum em igrejas de diversas religiões em todo o mundo. A partir dessa constatação, uma pesquisa do Instituto de Psicologia (IP) da USP analisou essa prática em algumas igrejas pentecostais da cidade de São Paulo. A dissertação Manifestações Espirituais nas Igrejas Pentecostais: um estudo psicossocial do êxtase e do transe através da música como mobilizadora de emoções, desenvolvida por Valdevino Rodrigues dos Santos, mostra que a utilização da música nessas igrejas ajuda a aumentar o número de fiéis.

De acordo com o pesquisador, que apresentou sua pesquisa em agosto [do ano passado], “as igrejas pentecostais são as que mais crescem no mundo inteiro e esse tipo de recurso (o uso de ritmos musicais contemporâneos) só tende a aumentar”. Santos analisou as igrejas pentecostais desde a primeira Assembléia de Deus, trazida ao Brasil pelos suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg em 1910. Ele também estudou a Igreja do Evangelho Quadrangular, instalada em 1950, e a Renascer, na década de 1980.

Dentre elas, a Igreja Renascer é a mais liberal. Para se aproximar de seu público-alvo utiliza rock, samba, rap e até heavy metal. Pastores vestidos de metaleiros pregam para jovens utilizando uma linguagem semelhante à desse grupo. “Jovens são atraídos pela atmosfera a que estão acostumados. Esse tipo de recurso une a pregação da fé com uma filosofia de vida que muitas vezes não seria bem aceita em outras religiões”, explica Santos.

A dança do samba, por exemplo, é admitida por estarem “sambando para Deus”. “Se Deus criou a arte por que não utilizá-la para louvá-Lo?”, essa é uma das justificativas dada pela igreja para o uso da dança e uso de tipos musicais registrados na tese.

As igrejas pentecostais têm como característica principal a crença no “batismo do Espírito Santo”, que teria acontecido pela primeira vez durante a Festa de Pentecostes, simbolizando a descida do Espírito Santo sobre as pessoas que rezavam e comungavam após a morte de Cristo. Nesse momento, pessoas de origens étnicas e idiomas diferentes começaram a falar a mesma língua e a se entender. Esse ato recebeu o nome de “glossolalia”, que seria este “falar línguas estranhas”, e é um dos momentos mais importantes do culto atual nessas igrejas pentecostais. Seria um “retorno às origens e à verdadeira fé”, de acordo com o estudioso.

Segundo essa característica de busca pelo Espírito Santo, o uso de ritmos musicais diferentes durante o culto propiciaria uma aproximação entre o pastor, a palavra pregada e a recepção e compreensão por parte dos fiéis. “No decorrer do culto há uma gradação sonora e musical até o seu ápice que é quando alguns fiéis são agraciados pelo recebimento do Espírito Santo”, declara Valdevino Rodrigues dos Santos.

No momento de êxtase e transe a música tem por função ambientar toda essa erupção de sentimentos por parte dos fiéis. “O transe que o indivíduo possa ter no ‘contato solitário com o divino’ é compartilhado nessas assembléias religiosas e isso vem aumentando e tomando uma importância para a antropologia mundial”, conclui Santos.

(USP Notícias)

Nota do blog Diário da Profecia: Há um segmento evangélico anunciando em sua rádio uma programação alternativa para os cristãos no período do Carnaval. Paradoxalmente, esse mesmo segmento está propagandeando um evento em uma de suas igrejas, onde haverá um “bom samba”, com letra “cristã”, claro. Sem dúvida alguma, sinal dos tempos. Não há limite para a incoerência.

Infelizmente o mesmo argumento do artigo, qual seja o de atingir pessoas que normalmente não se interessariam por um culto convencional e, ainda que sob a alcunha de “algum critério” (que ninguém foi capaz ainda de demonstrar qual seja), tem sido defendido por alguns adventistas. Não sabemos em que momento, muito menos com que intensidade, mas o que está acontecendo no meio evangélico ainda há de ocorrer de forma paralela entre nós.

E não sou eu que estou afirmando, está profetizado.